Por que o Domingo é tão importante?
O “primeiro
dia da semana” tornou-se dia do Senhor – Domingo. Portanto, agora é do Senhor
este dia! Isto significa: Este é um dia especial, "primordial", no
dizer do Concílio Vaticano II (SC 106), em que as comunidades cristãs, reunidas
em assembleia, fazem esta experiência: O Senhor Jesus Cristo está vivo em nós,
como diz São Jerônimo, cheio de entusiasmo: “O Domingo é o dia da ressurreição,
o dia dos cristãos; é o nosso dia".
Como
celebramos este dia semanal da Páscoa, chamado Domingo? Pelo descanso, pelo
lazer, pela diversão – pois Jesus Ressuscitado se faz presente na vida de seus
amigos por meio de todas estas realidades – e, sobretudo, pela Eucaristia, pois
nela celebramos precisamente a memória daquilo é a essência mesma do dia do
Senhor: Páscoa!... “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, e proclamamos a vossa
ressurreição...”. É neste dia que Jesus continua a nos falar mediante a Palavra
proclamada. Neste dia os cristãos
celebram a sua páscoa semanal, também pelo repouso, pois, pelo repouso
dominical, que renova nossas energias, celebramos (evocamos, simbolizamos) o
repouso total que a Páscoa de Cristo nos garantiu a partir deste dia. Por fim,
celebramos este dia como um dia de festa, por ser o dia mais bonito da semana:
dia do Sol verdadeiro, dia da eternidade, dia do Espírito Santo que reúne e
anima nossas assembleias, dia do Evangelho e da evangelização, dia da
solidariedade pela visita aos doentes e participação em mutirões, dia da
própria natureza em festa recebendo nossa visita[1].
O domingo é
tão especial que a celebração da eucaristia desse dia se reveste de uma
solenidade maior que a mesma eucaristia celebrada durante a semana. Os ritos
iniciais e os ritos próprios da Liturgia da Palavra da celebração dominical
externalizam a distinção que deve haver entre missa dominical e missa ferial.
Eis, pois, os ritos que distinguem a celebração solene da Eucaristia do Domingo
dos demais dias de semana segundo a Introdução
Geral do Missal Romano a Introdução
Geral do Elenco das Leituras da Missa e a Exortação Apostólica Verbum Domini de Bento XVI:
v
Procissão do Evangeliário durante a abertura da
celebração e sua deposição sobre o altar, seja pelo diácono, seja pelo leitor, diferindo
das missas feriais que não apresentam este rito, visto que o Evangeliário
contém apenas os Evangelhos dos domingos, solenidades e festas;
v
Eventualmente o rito de aspersão que, aos
domingos, poderá substituir o ato penitencial;
v
Canto do Glória
exclusivamente aos Domingos – exceto nos tempos penitenciais – solenidades
e festas, logo, erroneamente entoado nas missas feriais;
v
Mesa da Palavra mais “abundante”, com 3
leituras, diferindo das missas feriais que apresentam apenas a 1ª leitura e o
Evangelho;
v
A conclusão Palavra
do Senhor das leituras, com sua resposta, seja cantada pelo mesmo leitor ou
mesmo por outro ministro, afim da assembleia honrar a palavra de Deus recebida;
v
Procissão com o Evangeliário durante o canto do aleluia, transladado do altar ao ambão
pelo diácono ou, na falta deste, por um concelebrante ou então pelo próprio
presidente da celebração;
v
Homilia mais esmeradamente preparada;
v
Profissão de fé;
v
Oração dos fiéis;
v
Momentos de silêncio após as leituras, o
Evangelho e a homilia;
Com uma correta valorização da missa dominical
por meio da celebração de cada rito próprio deste dia solene, far-se-á a
necessária distinção das celebrações feriais, mais sucintas, como convém a uma
assembleia composta em sua maioria de cristãos que procuram conciliar uma vida
de espiritualidade com as demais realidades de família, trabalho, estudo, e que,
por todos estes motivos, também terão o alento de uma celebração eucarística
mais rápida no decorrer da semana.
Todavia, não se pretende aumentar a
importância dos ritos nem colocá-los num pedestal de honra. São apenas ritos:
eles valem, portanto, pela devoção interior que os inventa, que os realiza, ou
que eles suscitam. Uma celebração pode alcançar plenamente sua finalidade – a
Aliança com Deus – sem nenhuma cerimônia ritual, como também sem nenhum canto
ou música. Porém, canto, música e ritos não só podem como nos aproximam de
Deus. Eis o que dá fundamento à dignidade dos ritos.
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