sábado, 24 de novembro de 2012

anexo das orientações para o Natal 2012



Anexos das orientações para o Tempo do Natal



Anexo 01
Proclamação do Natal do Senhor segundo o Martirológio Romano


Vinte e Cinco de Dezembro. décima-nona lua.
Tendo transcorrido muitos séculos desde a criação do mundo,
quando no princípio Deus tinha criado o céu e a terra e tinha feito o Homem à sua imagem;
E muitos séculos de quando, depois do dilúvio,
o Altíssimo tinha feito resplandecer o arco-íris, sinal da Aliança e da Paz;
Vinte e um séculos depois da partida de Abraão, nosso pai na fé, de Ur dos Caldeus;
Treze séculos depois da saída de Israel do Egito, sob a guia de Moisés;
Cerca de mil anos depois da unção de David como rei de Israel;
Na sexagésima quinta semana, segundo a profecia de Daniel;
Na época da centésima nonagésima quarta Olimpíada;
No ano setecentos e cinqüenta e dois da fundação da cidade de Roma;
No quadragésimo segundo ano do Império de César Otaviano Augusto;
Quando em todo o mundo reinava a paz,
Jesus Cristo, Deus Eterno e Filho do Eterno Pai,
querendo santificar o mundo com a sua vinda,
tendo sido concebido por obra do Espírito Santo,
tendo transcorrido nove meses, (aqui eleva-se o tom da voz)
nasce em Belém da Judéia da Virgem Maria, feito homem:
Eis o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana.
Venham, adoremos o Salvador,
Ele é o Deus conosco – Emanuel!
R: Graças a Deus.
 
Anexo 02
 
Hino de Ação de Graças – Te Deum – A vós, ó Deus
 Tradução oficial da CNBB



A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
Os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
A vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos.

Louva-vos dos Profetas
A nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos mártires.

A vós por toda a terra
Proclama a Santa Igreja,
Ó Pai onipotente,
de imensa majestade.

E adora juntamente
O vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
Do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
Da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
De Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
Em meio a vossos santos
Na vossa eterna glória.


Anexo 03
Hino Veni Creator – Ó Vinde Espírito Criador

1. Ó, vinde, Espírito Criador,                                                                                                            
 as nossas almas visitai
e enchei os nossos corações                                                                                                             
com vossos dons celestiais.

2. Vós sois chamado o Intercessor                                                                                                       
do Deus excelso o dom sem par,                                                                                                                  a fonte viva, o fogo, o amor,                                                                                                                    
a unção divina e salutar.

3. Sois doador dos sete dons                                                                                                                   
 e sois poder na mão do Pai,                                                                                                               
por Ele prometido a nós,                                                                                                                      
por nós seus feitos proclamai.

4. A nossa mente iluminai,                                                                                                                   
os corações enchei de amor,                                                                                                                  nossa fraqueza encorajai,                                                                                                                       
qual força eterna e protetor.

5. Nosso inimigo repeli,                                                                                                                      
 e concedei-nos vossa paz;                                                                                                                    
se pela graça nos guiais,                                                                                                                             
 o mal deixamos para trás.

6. Ao Pai e ao Filho Salvador                                                                                                             
por vós possamos conhecer.                                                                                                                   
que procedeis do seu amor                                                                                                           
 fazei-nos sempre firmes crer.


Anexo 04
Anúncio das solenidades móveis do ano de 2013
(adaptado, com datas próprias para nossa Diocese)

Irmãos e irmãs caríssimos,
A glória do Senhor manifestou-se
E sempre há de manifestar-se no meio de nós
até a sua vinda no fim dos tempos.
Nos ritmos e nas vicissitudes do tempo,
recordamos e vivemos os mistérios da salvação.
O centro de todo o ano litúrgico
é o Tríduo do Senhor crucificado, sepultado e ressuscitado,
que culminará no Domingo de Páscoa, este ano a 31 de março.
Em cada domingo, Páscoa semanal,
a santa Igreja torna presente este grande acontecimento,
no qual Jesus Cristo venceu o pecado e a morte.
Da celebração da Páscoa do Senhor
derivam todas as celebrações do ano litúrgico:
as Cinzas, início da Quaresma, a 13 de fevereiro;
a Ascensão do Senhor, a 12 de maio,
                                         Pentecostes, a 19 de maio;                                             
 o primeiro Domingo do Advento, a 01 de dezembro.

Com o coração jubiloso, também recordamos as celebrações 
nas quais Sua Excelência Reverendíssima, o Bispo de Taubaté, 
Dom Carmo João Rhoden concederá a Benção Papal: 
  2º Domingo da Páscoa, Domingo in albis 
e da Divina Misericórdia, 
 com a presença da Cruz da Jornada Mundial da Juventude, a  07 de abril;    
 e no encerramento do “Ano da Fé”, na solenidade de Cristo Rei do Universo, a 24 de novembro.

Também nas festas da santa Mãe de Deus,
dos apóstolos, dos santos
e na comemoração dos Fiéis Defuntos,
a Igreja peregrina sobre a terra
proclama a Páscoa do Senhor.
A Cristo, que era, que é e que há de vir,
Senhor do tempo e da história,
louvor e glória pelos séculos dos séculos.
Amém.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Orientações e sugestões para Tempo do Natal - 2012



ORIENTAÇÕES E SUGESTÕES PARA O TEMPO DO NATAL 2012

Com a proximidade das solenidades Natalinas de 2012 convém recordar algumas orientações litúrgico-pastorais, bem como apresentar propostas para as celebrações próprias deste tempo de graça a todos os homens de boa vontade que se aproximam do Salvador feito homem por meio das celebrações litúrgicas a serem vivenciadas em nossa Diocese de Taubaté.
As propostas e orientações foram extraídas dos seguintes documentos:
Missal Romano;
Diretório sobre Piedade Popular e Liturgia – princípios e orientações (emanado pela Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos);
Manual das Indulgências – normas e concessões (emanado pela Penitenciaria Apostólica);
Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil – 2012 (emanado pela CNBB).

Em anexo seguem alguns textos a serem usados nas diversas celebrações do Tempo do Natal, conforme forem julgados convenientes pelos senhores párocos e respectivas comissões litúrgicas paroquiais.

A Solenidade do Natal é composta de 3 missas, a saber:

·        Missa da Noite: própria para a noite de 24 de dezembro;

·        Missa da Aurora: própria para o amanhecer do dia 25 de dezembro
Ao nascer de um novo dia a Igreja saúda o “Sol Nascente que nos veio visitar” – Cristo Jesus;

·        Missa do Dia: própria para as demais missas celebradas no decorrer do dia 25.

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MISSA DA NOITE DO NATAL
Na missa da noite de 24 de dezembro com seu grande significado litúrgico e forte influência popular, poderão ser valorizados:

No início da missa, o canto do anúncio do nascimento do Salvador, na fórmula do Martirológio Romano (cf. Anexo 01) que se constitui, portanto, em um canto natalino de tradição litúrgica antiqüíssima, perfeita opção para se colocar em prática atualmente em nossas celebrações natalinas. Anteriormente, nas celebrações presididas pelo Papa João Paulo II, Tal proclamação era cantada no início da Missa, logo após a saudação inicial, omitindo o ato penitencial. Atualmente, nas Missas de Natal celebradas por Bento XVI, tem-se entoado momentos antes da Celebração, o que também é oportuno, como ressalta Mons. Guido Marini, Mestres das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice. Consequentemente é recomendável que se faça tal proclamação, seja ela cantada ou recitada, antes da Santa Missa, aos moldes de uma monição (ou comentário inicial da missa). Todo o espaço celebrativo já esteja preparado para a Celebração (até mesmo as velas do altar já devem estar acesas). Propõe-se a Igreja à “meia luz”, proporcionando um ambiente oportuno para a apreciação deste belo texto litúrgico que nos recorda a vinda da “Luz do Mundo”, sendo que após ser cantado ou recitado, as luzes da igreja se acendem aos poucos acompanhadas do canto de abertura da celebração com a procissão de entrada já com a imagem do menino Jesus (ressaltamos que o Hino de Louvor constitui num rito em si mesmo, não sendo conveniente proceder à entrada da imagem do Menino Jesus neste momento para não se sobrepor ao seu canto que será mais eloqüente diante da imagem já exposta).

Significativo também será o momento da Profissão de Fé, proclamada segundo o Símbolo Niceno-Constantinopolitano. Nas palavras E se encanou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria e se fez homem faz-se uma pausa e todos se ajoelham em contemplação diante do mistério do nascimento do Salvador, sobretudo em face ao “Ano da Fé” que estamos por celebrar.
A oração dos fiéis deverá assumir um caráter verdadeiramente universal, e na apresentação dos dons na procissão das oferendas haverá sempre uma recordação concreta dos pobres (em nossas comunidades tem-se popularizado o “Chá de Bebê de Maria” com presentes para recém-nascidos. Tais presentes podem ser levados nesse momento em procissão até a imagem do menino, próxima ao altar).

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FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA

A recordação de José, de Maria e do menino Jesus encorajará o acolhimento da proposta pastoral para que, neste dia, toda a família reunida participe da celebração da Eucaristia. Também serão significativas nesta festividade a renovação da entrega da família ao patrocínio da Sagrada Família de Nazaré, a benção dos filhos, prevista no Ritual de Bênçãos (p. 174-194) e, onde houver oportunidade, a renovação dos compromissos assumidos pelos esposos – agora pais, no dia do casamento.
Oportuno recordar a presença da família nos vários momentos da celebração. Contudo, evite-se a prática de casais como leitores de uma mesma leitura, perdendo assim a unidade do texto em sua proclamação. 

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31 DE DEZEMBRO
Na maioria dos países do Ocidente, neste dia, celebra-se o encerramento do ano civil. O acontecimento leva os fiéis a refletirem sobre o “mistério do tempo”, que corre veloz e inexorável. Isso provoca no seu espírito duplo sentimento: de arrependimento e de pesar pelas culpas e ocasiões de graça perdidas ao longo do ano que chega ao fim; e de gratidão pelos benefícios recebidos do Senhor.
Esta dupla atitude deu origem ao costume de entoar festivamente o hino do Te Deum em ação de graças a Deus pelo ano que se finda. Em sua rica Liturgia, dispõe a Santa Igreja de hinos próprios para cada ocasião. O Te Deum, cântico de ação de graças por excelência, pelo qual a Mãe Igreja exprime seu louvor e gratidão ao "Deus de imensa majestade", segundo o Manual das Indulgências emanado pela Penitenciaria Apostólica em 1968 e reeditado com a aprovação do Beato João Paulo II em 1986,  é enriquecido de indulgência parcial ao fiel que recitá-lo, sendo plenária quando recitado em público no último dia do ano. Para que não seja apenas uma recitação simples, pode ser realizado durante a Exposição do Santíssimo Sacramento ao fim da celebração litúrgica.
No anexo nº 02 segue a tradução oficial do hino.                                                                                         No site YouTube há uma versão cantada pelo Pe. João Carlos segundo a tradução oficial: Eis o título a se procurar no site: Pe. João Carlos - Te Deum - DVD Consagração

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1º DE JANEIRO
A data de 1º de Janeiro, encerrando a oitava de Natal com a solenidade da Maternidade Divina de Maria abre um espaço particularmente adequado para um encontro da piedade litúrgica com a piedade popular. No Ocidente, este é um dia de se desejar boas-festas: o começo do ano civil. Os fiéis também ficam envolvidos neste clima festivo de ano-novo, aprendendo a sempre dar a este costume um sentido cristão e fazer dele quase uma expressão de piedade. De fato, os fiéis sabem que o “ano-novo” deve ser posto sob o senhorio de Cristo a quem pertencem os dias e os séculos eternos (Ap 1,8;22,13).
A esta consciência se liga o costume muito difundido de cantar, no dia primeiro de janeiro o hino Veni Creator Spiritus, para que o Espírito do Senhor dirija os pensamentos e as ações de cada um dos fiéis e das comunidades cristãs no decorrer do ano.
Também a esta prática de piedade litúrgica concede-se Indulgência parcial ao fiel que o recitar devotamente em todo o ano. A indulgência será plenária no dia primeiro de janeiro e na solenidade de Pentecostes, se o hino se recitar publicamente. Propomos dessa maneira que as comunidades encerrem a celebração eucarística deste dia com uma devida monição feita por parte do animador da celebração, seja pelo padre que preside ou por algum outro ministro idôneo, seguida do canto de súplica pela vinda do Espírito Santo antes da benção final.
Segue a tradução oficial no anexo 03.

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EPIFANIA DO SENHOR
Em torno da solenidade da Epifania, de antiqüíssima origem e de conteúdo riquíssimo, surgiram e se desenvolveram muitas tradições e genuínas expressões de piedade popular. Entre elas, podemos recordar:
 O solene anúncio do dia da Páscoa e das principais festas do ano tem se restabelecido em diversos lugares. De fato, tal anúncio ajuda os fiéis a descobrirem a ligação entre a Epifania e a Páscoa, e a orientação de todas as festas rumo à máxima solenidade cristã. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – em consonância com toda a Igreja – disponibiliza o belo texto (anexo 04), onde, sob forma de oração, anuncia as solenidades móveis que serão celebradas durante o ano de 2013.  Nada mais próprio, então, que no ano – civil, mas também litúrgico – que se inicia unirmos nossa reflexão a de toda Igreja, pedindo desde já a graça de celebrarmos a vida através da Vida do Senhor. Poderá ser proclamado pelo presidente da celebração ou outro ministro idôneo, da Mesa da Palavra, após a proclamação do Evangelho ou ao final da celebração.
Se neste dia fazemos memória da manifestação do Salvador a todos os povos que o buscam para ofertar-lhe presentes na figura dos Magos do Oriente, seria oportuno encerrar a celebração com o beijamento da imagem do menino Jesus, já aludindo ao mistério pascal e ao belo costume popular do beijamento da imagem do Senhor morto na sexta-feira da paixão.

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Desejamos aos Senhores Párocos e Vigários Paroquiais, Diáconos, Religiosos e Religiosas, Seminaristas, Equipes de Liturgia e a todos quanto interessados e envolvidos nas celebrações litúrgicas em nossas comunidades pela Diocese de Taubaté,  que tais orientações e sugestões possam enriquecer o nosso encontro e de nossas comunidades com o Esperado Verbo Divino que se faz homem para ser Deus-conosco!
Troquemos nossos dons com o céu, para participarmos da divindade
Daquele que quis se unir à nossa humanidade.

Santo Natal a todos! Feliz e Abençoado ano de 2013!

Pela Comissão Diocesana de Liturgia
Padre Roger Matheus dos Santos

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Hino oficial do "Ano da Fé"

CNBB APRESENTA A TRADUÇÃO OFICIAL PARA A LÍNGUA PORTUGUESA DO 
"HINO DO ANO DA FÉ"

A seguir, reproduzimos o texto enviado pelas comissões litúrgica e da Doutrina da Fé da CNBB, com um breve comentário sobre a canção.
CREIO, Ó SENHOR!

Conhecemos bem o quanto a música e o canto são importantes para a compreensão e o aprofundamento das ideias, e o quanto são úteis para a divulgação de campanhas e de projetos. Seguindo o convite do Santo Padre, “queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda” (PF, 8). Por isso, o Ano da Fé não poderia ficar sem seu hino. Dele esperamos que ajude a marcar este “tempo de particular reflexão e redescoberta da fé” (PF, 4).
Divulgado pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, o hino circulou rapidamente pela internet, inclusive em uma versão portuguesa. Os assessores das Comissões Episcopais Pastorais para a Liturgia e para a Doutrina da Fé prepararam esta versão brasileira. Depois de avaliada pelos presidentes dessas Comissões e pelo Secretário Geral da CNBB, tornamos pública, para que seja usada pela Igreja no Brasil durante este Ano da Fé.
A súplica do pai que apresentou seu filho para ser curado por Jesus – “Eu creio, mas aumentai a minha fé” (Mc 9,24) – é assumida por todos nós. Desse modo, o hino é um grande pedido pela renovação e pelo crescimento da fé. Há uma particularidade a ser notada: a primeira parte da súplica está no singular: “creio, ó Senhor”. E a segunda parte está no plural: “aumenta nossa fé”. Assim se destacam os vários aspectos da fé, que são aprofundados pelo Papa no número 10 da Porta Fidei: ao mesmo tempo ela é pessoal e eclesial, é um ato pessoal e tem conteúdo “objetivo”.
Outro elemento que se destaca pela repetição é a expressão “caminhamos”, que ocorre no início de cada estrofe. Na mesma Porta Fidei, Bento XVI nos recorda que, uma vez atravessado o limiar da porta, por meio do batismo, abre-se diante de nós um caminho que dura a vida toda e que se conclui com a passagem para a vida eterna (PF, 1). O povo brasileiro se identifica muito com as romarias, peregrinações, procissões e caminhadas. Elas são um símbolo da peregrinação espiritual que toda a nossa existência cristã: “não temos aqui cidade permanente, mas andamos à procura da que está para vir” (Hb 13,14). O modo como caminhamos é destacado de modo diferente a cada nova estrofe: cheios de esperança, frágeis e perdidos, cansados e sofridos, sob o peso da cruz, atentos ao chamado, com os irmãos e as irmãs. É um caminho feito em companhia, desafiador, é certo, mas dirigido pelas marcas dos passos de Nosso Senhor, como bem recorda a estrofe 4.
O caminhar da Igreja é marcado, portanto, pelos mistérios da vida de Cristo, reflexos do grande Mistério Pascal. Na sequência, nos são recordados: o Advento, o Natal, a Quaresma, a Páscoa, Pentecostes e o Reino definitivo. Do mistério do Filho de Deus feito homem é que a Igreja vive permanentemente. É a comunhão com Ele que orienta e anima toda a caminhada eclesial ao longo da história e, na grande comunhão dos santos, é também o que anima cada um dos fieis, pessoalmente.
Alguns títulos de Cristo são evocados, junto com os mistérios. Filho do Altíssimo, estrela da manhã, mão que cuida e que cura, o Vivente que não morre, Palavra, esperança da chegada. Desse modo o Mistério do Filho de Deus feito nosso irmão impregna toda a existência dos cristãos, na Igreja. Assim ele nos anima no caminho e nos conduz para a meta.
Esse caminhar é feito em companhia. Como companheiros são recordados, na sequência das estrofes: os Santos que “caminham entre nós”, Maria, “a primeira dos que creem”, os pobres que “esperam à porta”, os humildes que “querem renascer”, a Igreja que “anuncia o Evangelho”, o mundo, no qual se encontram sinais do Reino que “está entre nós”. Esta grande companhia de fé nos permite muitas e profundas reflexões: a comunhão dos santos, o significado da presença da Mãe de Jesus na vida da Igreja, os pobres, nos quais podemos servir ao próprio Cristo e pagar-lhe amor com amor, o espírito das bem-aventuranças expresso nos “humildes”. Como resume a última estrofe, trata-se da companhia de fé, de esperança e de amor que é a Igreja.
A consciência de que o hino expressa a súplica da Igreja que quer ser renovada na fé é expressa nos termos com os quais se conclui cada estrofe: pedimos, oramos, invocamos, suplicamos, rogamos, clamamos. A renovação eclesial e o impulso para a nova evangelização, objetivos principais do Ano da Fé (PF, 7-8), não serão alcançados simplesmente por nosso esforço. São dons da graça divina, que devemos suplicar com humildade e buscar com toda energia.
Valha-nos sempre a proteção da Virgem Maria, bem-aventurada porque acreditou (Lc 1,45).

HINO DO "ANO DA FÉ" 

Música e texto original italiano
Tradução para o Brasil: CNBB



1. Caminhamos repletos de esperança, tateando pela noite.
Nos encontras no Advento da história,
És pra nós o Filho do Altíssimo!
CREIO, Ó SENHOR, CREIO!
Com os santos que caminham entre nós, Senhor, nós te pedimos:
AUMENTA, AUMENTA A NOSSA FÉ!
CREIO, Ó SENHOR, AUMENTA A NOSSA FÉ!

2. Caminhamos frágeis e perdidos, sem o pão de cada dia.
Tu nos nutres com a luz do Natal,
És pra nós a estrela da manhã!
CREIO, Ó SENHOR, CREIO!
Com Maria, a primeira dos que creem, Senhor, a ti oramos:
AUMENTA, AUMENTA A NOSSA FÉ!
CREIO, Ó SENHOR, AUMENTA A NOSSA FÉ!

3. Caminhamos, cansados e sofridos, as feridas ainda abertas.
Tu sacias quem te busca nos desertos,
És pra nós a mão que cuida e nos cura!
CREIO, Ó SENHOR, CREIO!
Com os pobres que esperam à porta, Senhor, nós te invocamos:
AUMENTA, AUMENTA A NOSSA FÉ!
CREIO, Ó SENHOR, AUMENTA A NOSSA FÉ!

4. Caminhamos sob o peso da cruz nas pegadas dos teus passos.
Tu ressurges na manhã da santa Páscoa,
És pra nós o Vivente que não morre.
CREIO, Ó SENHOR, CREIO!
Com os humildes que querem renascer, Senhor, te suplicamos:
AUMENTA, AUMENTA A NOSSA FÉ!
CREIO, Ó SENHOR, AUMENTA A NOSSA FÉ!

5. Caminhamos atentos ao chamado de cada novo Pentecostes.
Tu recrias a presença desse sopro,
És pra nós a Palavra do futuro.
CREIO, Ó SENHOR, CREIO!
Com a Igreja que anuncia o Evangelho, Senhor, nós te rogamos:
AUMENTA, AUMENTA A NOSSA FÉ!
CREIO, Ó SENHOR, AUMENTA A NOSSA FÉ!

6. Caminhamos, cada dia que nos dás, com os irmãos e as irmãs.
Tu nos guias nos caminhos desta terra,
És pra nós a esperança da chegada!
CREIO, Ó SENHOR, CREIO!
Com o mundo onde o Reino está entre nós, Senhor, nós te clamamos:
AUMENTA, AUMENTA A NOSSA FÉ!
CREIO, Ó SENHOR, AUMENTA A NOSSA FÉ!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Como viver o "Ano da Fé" - orientações práticas



Como viver o “Ano da Fé” - sugestões práticas

Baseadas nas orientações da Congregação para a Doutrina da Fé, a Conferência Episcopal dos Bispos dos Estados Unidos apresentaram estas 10 sugestões. Algumas já são deveres dos católicos; outras podem ser vividas em qualquer ocasião, mas, especialmente, durante o Ano da Fé. 

1. Ir à Missa - O Ano da Fé pretende promover o encontro com Jesus. Isso acontece mais imediatamente na Eucaristia. Ir à missa com frequência consolida a fé pessoal através das Escrituras, do Credo, de outras orações, da música sagrada,  da homilia, recebendo a Comunhão, e fazendo parte de uma comunidade de fé. A participação da missa dominical não é uma obrigação; antes, é uma necessidade de nossa alma. Mais: é um privilégio!

2. Ir à Confissão - Tal como pela Missa, os católicos encontram força e aprofundam a fé pela participação no Sacramento da Penitência e Reconciliação. A Confissão alenta as pessoas a regressarem a Deus, a expressarem arrependimento por terem caído e a abrirem as suas vidas para o poder curativo da graça de Deus. Perdoa as faltas do passado e dá força para o futuro. 

3. Conhecer a vida dos santos - Os santos são exemplos intemporais de como se vive uma vida cristã, e dão-nos uma grande esperança. Eles foram pecadores que persistiram em estar mais perto de Deus, e além disso, apontaram caminhos por onde podemos servir a  Deus: no ensino, no trabalho missionário, na caridade, na oração, ou simplesmente procurando agradar a Deus nas ações e decisões correntes da vida diária. 

4. Ler a Bíblia diariamente - A Escritura permite um acesso em primeira mão à Palavra de Deus e conta a história da salvação humana.  Os católicos podem e devem rezar as Escrituras (pela lectio divina ou por outros métodos) para ficar mais em sintonia com o Deus da Palavra. Em qualquer caso, a Bíblia é uma necessidade para crescer no Ano da Fé. 

5. Ler os documentos do Vaticano II - O Concílio Vaticano II (1962-1965) marcou o início de uma grande renovação da Igreja. Teve impacto na forma de celebrar a Missa, no papel dos leigos,  na compreensão que a Igreja tem de si mesma e das suas relações com outros Cristãos e com não-Cristãos.  Para continuar essa renovação, os católicos precisam entender o que é que o Concílio ensinou e como é que isso beneficia a vida dos crentes. 

6. Estudar o Catecismo- Publicado exatamente 30 anos depois do começo do Concílio, o Catecismo da Igreja Católica abrange as crenças, os ensinamentos morais, a oração e os sacramentos da Igreja Católica num só volume.  É um recurso para crescer na compreensão global da fé. 

7. Ser voluntário na paróquia - O Ano da Fé não pode ser só estudo e reflexão.  A base sólida das Escrituras, do Concílio e do Catecismo deve ser traduzida para a ação. A paróquia é um bom lugar para começar, e os talentos de cada um ajudam a construir a comunidade. As pessoas serão bem vindas para tarefas de acolhimento, música litúrgica, leitores, catequistas e outros serviços na vida da paróquia. Apresente-se ao seu pároco!

8. Ajudar quem precisa - O Vaticano convida os católicos a dar ajuda material, tempo e carinho para ajudar os pobres durante o Ano da Fé.  Isto significa encontrar pessoalmente Cristo nos pobres, marginalizados e nos mais vulneráveis.  Ajudar os outros põe os católicos olhos nos olhos diante de Cristo e é exemplo para o mundo. 

9. Convidar um amigo para a Missa - O Ano da Fé pode ser global na finalidade, focando na renovação da fé e na evangelização de toda a Igreja, mas a verdadeira mudança acontece ao nível local. Um convite pessoal pode fazer a diferença para alguém que se afastou da fé ou que se sente excluído da Igreja. Todos nós conhecemos pessoas assim, por isso todos nós podemos fazer um convite amável. 

10. Viver as bem-aventuranças na vida diária - As bem-aventuranças (Mateus 5, 3-12) são um ótimo modelo para a vida cristã. A sua sabedoria pode ajudar todos a serem mais humildes, pacientes, justos, transparentes, amáveis, inclinados ao perdão e livres.  É precisamente o exemplo de fé vivida que vai atrair pessoas para a Igreja durante este ano.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

o "Sermão da Lua" de João XXIII

Comemorando os 50 anos de abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, publicamo a seguir O Sermão da Lua, do papa João XXIII
 Embora não trate sobre a Liturgia ritual de nossa Igreja, este curto texto discorre sobre a "Liturgia Existencial" de nossa vida - porisso, encontra espaço em nosso blog diocesano. É, sem dúvida, o mais famoso e comovedor discurso de todo o pontificado de Angelo Roncalli. Entrou para a história como o "Sermão da Lua": trata-se da saudação do papa João XXIII, na noite de quinta-feira, 11 de outubro de 1962, aos numerosíssimos fiéis e peregrinos que participaram da vigília organizada para a abertura do Concílio Vaticano II.
Hoje, cinquenta anos depois, transcrevemos esse discurso feito de palavras simples e sinceras, que não perderam nada da sua extraordinária autenticidade.

***

Caros filhinhos, ouço as vossas vozes. A minha é apenas uma, mas condensa a voz do mundo inteiro. Todo o mundo está aqui representado.
Parece que até a lua antecipou-se esta noite – observai-a no alto – para contemplar este espetáculo. É que encerramos uma grande jornada de paz. Sim, de paz: Glória a Deus e paz aos homens de boa vontade.
A minha pessoa não conta para nada, quem vos fala é um irmão, que se tornou pai por vontade de Nosso Senhor, mas tudo junto – paternidade e fraternidade – é graça de Deus, tudo, tudo.
Continuemos, pois, a amar-nos, a querer-nos bem, a querer-nos bem; olhando-nos mutuamente no encontro, recolhendo aquilo que nos une, deixando de lado qualquer coisa que nos possa criar dificuldade: nada. Fratres sumus .
Esta manhã aconteceu um espetáculo que nem a basílica de São Pedro, que tem quatro séculos de história, alguma vez pôde contemplar.
Honremos as impressões desta noite. Que os nossos sentimentos permaneçam sempre como agora os manifestamos diante do Céu e da terra. Fé, esperança, caridade, amor de Deus, amor de irmãos. E assim, todos juntos, mutuamente apoiados, na santa paz do Senhor, nas obras do bem.
Quando regressardes a casa, encontrareis os vossos meninos. Fazei uma carícia às vossas crianças e dizei: «esta é a carícia do Papa». Encontrareis algumas lágrimas por enxugar, fazei alguma coisa… dizei uma boa palavra: «o Papa está conosco, especialmente nas horas de tristeza e de amargura».
E assim, todos juntos, animemo-nos, cantando, suspirando, chorando, mas sempre, sempre cheios de confiança em Cristo que nos ajuda e nos escuta, para avançarmos e retomarmos o nosso caminho.

E, agora, tende a gentileza de atender à bênção que vos dou e também ao boa-noite que me permito desejar-vos.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Liturgia e Nova Evangelização

Liturgia, oração e piedade popular para a nova evangelização
Exortação de dom Salvador Piñeiro García-Calderón
VATICANO, terça-feira, 9 de outubro de 2012 (ZENIT.org) – Reproduzimos abaixo as palavras do arcebispo de Ayacucho, dom Salvador Piñeiro García-Calderón, presidente da Conferência Episcopal do Peru, durante a segunda Congregação Geral do Sínodo dos Bispos. García-Calderón é também Ordinário Militar para o Peru.

"Durante o meu serviço sacerdotal, eu sempre fui pároco. E descobri que o melhor contexto para a educação na fé é a celebração do domingo, porque nós, crentes, ouvimos Jesus e celebramos o triunfo da sua cruz, para viver o mandamento do Amor. Toda semana, aprendemos palavras e gestos do Mestre para viver em família, na vizinhança e no local de trabalho e de estudo.
No domingo, que é o dia do Senhor e da Igreja, nós temos que agradecer, no dia da Eucaristia, ao Pai bom e misericordioso que nos dá a vida, mas, acima de tudo, nos dá a fé em Cristo, a comunhão com os nossos irmãos e irmãs, especialmente com os mais necessitados, que nos esperam imersos na dor, na pobreza e na marginalização.
Este caminho semanal se insere no sistema pedagógico do ano litúrgico, que, com base no Evangelho de João (16, 28), nos faz dirigir o olhar para o Natal e para a Páscoa, preparando-os e celebrando-os na alegria da salvação. Uma preparação acurada da liturgia e dos sinais da celebração é a melhor catequese para os fiéis; por isto, a proclamação bíblica e os cantos devem nos levar a uma consciente, ativa e frutuosa participação (Sacrosanctum Concilium [SC], 11), que nos encha o espírito para a missão. O altar é o ápice e a fonte do trabalho da Igreja (SC, 10).
Devem ser intensificados, na pastoral das nossas dioceses e paróquias, os grupos litúrgicos que refletem, preparam e animam este contexto privilegiado de evangelização. Se a teologia se torna pastoral na liturgia, nós temos que cuidar da formação dos sacerdotes e dos catequistas para que eles aprofundem os conteúdos e promovam metodologias específicas para crianças e jovens.
Além das comemorações oficiais, também existe a religiosidade popular, muito forte entre os nossos povos latino-americanos. Através dela, muitos fiéis expressam a sua alegria e o desejo de prestar homenagem a Jesus Cristo, à Virgem Maria e aos santos.
Através da Evangelii Nuntiandi, o magistério do Servo de Deus Paulo VI nos revela o valor da piedade popular. Por isso, nós temos que acompanhar essa busca de Deus insistindo na catequese e nos cursos, para que estes eventos representem para a comunidade um compromisso de transformação social, que contribua para o bem-estar dos mais necessitados.
Não podemos nos esquecer da oração simples das grandes massas, que, nos santuários e durante as festas populares, expressam a sua devoção, mas, infelizmente, se sentem pouco acolhidas e pouco acompanhadas".
(Trad.ZENIT)

sábado, 6 de outubro de 2012

Indulgência para o "Ano da Fé"

SANTO PADRE CONCEDE DOM DA INDULGÊNCIA DURANTE O "ANO DA FÉ"


CIDADE DO VATICANO,sexta-feira, 5 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - O Santo Padre Bento XVI concederá a indulgência plenária aos fiéis durante o Ano da Fé, a qual é válida a partir da data de abertura (11 de outubro de 2012) até a data de encerramento (24 de novembro de 2013), conforme consta em decreto tornado público hoje, com a assinatura do cardeal Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor, e do bispo Krzysztof Nykiel, regente da Penitenciaria Apostólica. Apresentamos a notícia divulgada hoje pelo Serviço de Informação do Vaticano.
"No dia do cinquentenário da abertura solene do concílio Vaticano II”, lê-se no decreto, “o Sumo Pontífice Bento XVI estabeleceu o início de um ano especialmente dedicado à profissão da verdadeira fé e à sua correta interpretação, através da leitura, ou melhor, da meditação piedosa dos Atos do Concílio e dos artigos do Catecismo da Igreja Católica".
"Uma vez que se trata principalmente de desenvolver a santidade de vida no mais alto grau possível nesta terra, e de conquistar assim o mais alto grau de pureza da alma, será de muita valia o grande dom das indulgências, que a Igreja, em virtude do poder conferido a ela por Cristo, oferece a todos aqueles que, com as disposições necessárias, satisfazem os requisitos especiais para alcançá-las".
"Ao longo de todo o Ano da Fé, anunciado para começar em 11 de outubro de 2012 e durar até findo o dia 24 de novembro de 2013, poderão ganhar a indulgência plenária da pena temporal pelos próprios pecados, concedida pela misericórdia de Deus, aplicável em sufrágio às almas dos fiéis defuntos, todos os fiéis verdadeiramente arrependidos, devidamente confessados, em comunhão sacramental, que rezarem pelas intenções do Sumo Pontífice:

a) Sempre que participarem de pelo menos três momentos de pregação durante as Santas Missões, ou de pelo menos três palestras sobre os atos do concílio Vaticano II e sobre os artigos do Catecismo da Igreja Católica, em qualquer igreja ou local adequado;

b) Sempre que visitarem, na forma de peregrinação, qualquer basílica papal, uma catacumba cristã, uma catedral, um lugar sagrado designado pelo ordinário local para o Ano da Fé (por exemplo, entre as basílicas menores e os santuários dedicados à Santíssima Virgem Maria, aos santos apóstolos e aos santos padroeiros) e ali participarem de qualquer função sagrada ou, pelo menos, dedicarem um tempo adequado de recolhimento para orar e meditar piedosamente, terminando com a oração do pai-nosso, o credo em qualquer forma legítima, as invocações à Virgem Maria e, conforme o caso, aos santos apóstolos ou padroeiros;

c) Sempre que, nos dias determinados pelo ordinário local para o Ano da Fé (por exemplo, nas solenidades do Senhor, da Santíssima Virgem Maria, nas festas dos santos apóstolos e padroeiros, na Cátedra de São Pedro), assistirem, em qualquer lugar sagrado, a uma celebração solene da eucaristia ou à liturgia das horas, acrescentando a profissão de fé em qualquer forma legítima;

d) um dia, livremente escolhido, durante o Ano da Fé, para a visita piedosa do batistério ou de outro local em que tenham recebido o sacramento do Batismo, desde que renovem as suas promessas batismais em qualquer fórmula legítima.

Os bispos diocesanos, no dia mais apropriado deste tempo, em ocasião da celebração principal (por exemplo, 24 de novembro de 2013, Solenidade de Cristo Rei, com a qual será encerrado o Ano da Fé), poderão conceder a bênção papal com a indulgência plenária, que pode ser obtida por todos os fiéis que devotamente a receberem.
O decreto termina recordando que todos os fiéis que, "devido a razões de doença ou por causa de graves motivos", não puderem sair de casa, poderão ganhar a indulgência plenária "se, unidos em espírito e em pensamento com os fiéis presentes, particularmente nos momentos em que as palavras do Sumo Pontífice ou dos bispos diocesanos forem transmitidas pela televisão ou pelo rádio, recitarem o pai-nosso em sua casa ou no local onde se acharem devido aos motivos de força maior que ali os retêm, bem como ainda recitarem a profissão de fé em qualquer forma legítima e as outras orações conformes com os objetivos do Ano da Fé, fazendo oferecimento dos seus sofrimentos e das dificuldades da própria vida.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Oração dos Fiéis - 1ª parte, fundamentação histórica


Oração dos Fiéis


Histórico bíblico-patrístico
A oração que se segue após a Proclamação e atualização da Palavra de Deus é, desde toda a antiguidade, a oração mais privilegiada, a oração da Igreja por excelência. Sua importância é destacada nos documentos mais antigos que temos notícia:

Paulo (1Tm 2,1ss) recomendava que a comunidade orasse “por todos os homens, pelos reis e por todos os constituídos em autoridade”. Este texto afirma com veemência a universalidade da oração cristã: deve ser feita “para que todos os homens sejam salvos”

São Justino informa em suas descrições da missa dominical (Apologias 1,67) que depois da fala do Bispo “todos nós levantamos juntos e dizemos orações”. Estas orações dos irmãos reunidos na presença de Deus são a primeira coisa da qual participa uma pessoa recém-batizada. Neste momento se reza, segundo Justino “por si mesmo, pelo recém-batizado e por todas as pessoas em todos os outros lugares”.

Oração “depois de se levantar da homilia” é uma expressão muito familiar no Egito já no século 3º, e, em tempos seguintes, em todas as liturgias do Oriente tal prática se populariza.

No Ocidente a oração dos fiéis já é testemunhada por Hipólito e Cipriano. Em Agostinho encontram-se um grande número de homilias que são encerradas com a expressão Conversi ad Dominum, isto é: seguia à homilia uma oração comunitária durante a qual as pessoas se voltavam, como sempre quando a comunidade rezava, para o leste (nas “Constituições apostólicas” a postura de ficar em pé e voltado para o leste também é enfatizada quando a comunidade faz esta oração).

Depois que Deus dirige sua Palavra ao povo cristão e este a acolhe, os cristãos se põem a orar, para que a salvação que as leituras anunciaram e atualizaram a seu modo se torne eficaz e se cumpra para toda a nossa geração, Igreja e humanidade inteira.

Origem do nome “Oração dos Fiéis”
O nome “Oração dos Fiéis” faz referência ao tempo em que se realizava a despedida dos catecúmenos neste momento da celebração, depois da homilia e ficavam só os fiéis para a Eucaristia. Eis as palavras de Santo Agostinho: “Ecce post sermonem fit missa catechumenorum, manebunt fideles”. Hoje não se faz habitualmente este convite em todas as missas. Exceção se faz nas celebrações com a presença oficial dos catecúmenos da comunidade local. Nestas celebrações, após a homilia, segue a seguinte sequência celebrativa:

1º - o presidente da celebração convida os catecúmenos a se aproximarem do altar, ajoelhando-se;
2º - a comunidade cristã, exercendo sua missão sacerdotal, intercede pelo catecúmeno (Já é uma forma de “oração dos fiéis”, que oram a Deus. Contudo a intenção desta oração, embora siga a mesma forma da oração dos fiéis com as intenções propostas por um ministro e a resposta unânime da comunidade, apresenta uma única intenção: pelos catecúmenos);
3º - aquele que preside impõe as mãos sobre os catecúmenos pedindo a graça de Deus sobre eles e em seguida os despendem com as seguintes palavras: “Prezados catecúmenos, vão em paz, e o Senhor Jesus permaneça com vocês” (interessante perceber que não se usa a palavra “irmãos”, mas sim “prezados”, pelo obvio motivo de ainda não serem batizados, portanto, ainda não pertencem à família de Deus).
4º após a saída dos catecúmenos (que deverão se dirigir a um lugar conveniente juntamente com seus catequistas para partilharem as experiências espirituais da semana e da celebração da Palavra que acabaram de participar), prossegue a celebração. Contudo, segundo as rubricas do “Ritual de Iniciação cristã de adultos”, imediatamente após a saída dos catecúmenos, os fiéis iniciam a “oração universal”, intercedendo a Deus pelas necessidades da Igreja e de todo o mundo; em seguida diz-se o creio e segue a celebração como de costume. 

No novo ritual do sacramento da Confirmação, diz-se a oração dos Fiéis não imediatamente após a homilia, como de costume, mas depois do gesto sacramental da “imposição de mãos e da crismação”: assim, o primeiro ato que os novos confirmados na Fé realizam com a comunidade é interceder pelo mundo inteiro. O mesmo acontece durante a Vigília Pascal: após a celebração do Batismo e Crisma, os neófitos (aqueles que foram “recém iluminados”, ou seja, recém batizados) participam pela primeira vez da “Oração dos Fiéis” (pois agora pertencem ao povo de Deus, e poderão exercer pela primeira vez sua missão sacerdotal, intercedendo ao Senhor pelas necessidades da Igreja e de todo o mundo) e, em seguida, da apresentação do pão e do vinho. Mesmo sendo uma longa celebração, a “oração dos Fiéis” nunca pode ser suprimida da Vigília Pascal pela sua importância teológica e espiritual.

Com tudo o que fora dito, conclui-se que tal oração, colocada logo após a despedida dos catecúmenos, é um privilégio dos fiéis, salientando seu caráter sacerdotal e sua missão de interceder por todo o mundo.


Origem do nome “Oração Universal”
Outro nome que é dado a este momento ritual nas celebrações litúrgicas é “Oração Universal”. Na Liturgia Romana encontramos na “Oração Universal” da sexta-feira santa a forma mais antiga e solene de oração por todas as necessidades da Igreja. É uma verdadeira “oração universal”, pois abarca tudo e todos.  

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Rito para abertura paroquial do "Ano da Fé"


Proposta celebrativa para a abertura Paroquial 
do “Ano da Fé”
13 e 14 de outubro – 28º Domingo do Tempo Comum


O “Ano da Fé” é mais uma iniciativa do papa Bento XVI. Sua abertura se dará no dia 11 de outubro de 2012, marcando o cinquentenário de abertura do Concilio Ecumênico Vaticano II, encerrando dia 24 de novembro de 2013, solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo.
A abertura do “Ano da Fé” em âmbito diocesano será dia 11 de outubro, Na Catedral São Francisco das Chagas, em Taubaté. Para a abertura em âmbito paroquial, a Comissão Diocesana de Liturgia apresenta esta proposta celebrativa para as missas dos dias 13 e 14 de outubro, 28º Domingo do Tempo Comum, para que todos os fiéis de nossas paróquias e comunidades possam ter acesso a este momento importante de nossa caminha eclesial. 

Ato de proclamação do “Ano da  Fé”
 nas missas paroquiais de 13 e 14 de outubro

Monição Inicial
Animador: Amados irmãos e irmãs, sejam bem-vindos à casa de Deus para celebrarmos o 28º Domingo do Tempo Comum. É o próprio Senhor Jesus quem nos acolhe em sua casa! Assim como no Evangelho, Ele olha diretamente em nossos olhos e nos convida a segui-lo com todo o nosso amor. Neste Domingo iniciamos também o “Ano da Fé” – feliz ocasião para redescobrirmos este dom tão precioso e necessário, que nos sustenta nas tempestades e intempéries da vida. Agradecidos ao Senhor de nossas vidas, iniciemos nossa celebração acolhendo o “Círio do Ano da Fé” enviado à nossa Paróquia por nosso Bispo Diocesano, Dom Carmo. Com alegria, cantemos. 

Entra o círio apagado logo após a cruz processional e é colocado em um local de destaque. Segue a celebração, como de costume. Após a homilia, o presidente da celebração faz uma breve motivação sobre a proclamação do “Ano da Fé” com a leitura de alguns trechos da Carta Apostólica “Porta Fidei” do Papa Bento XVI. O próprio presidente da celebração ou algum outro ministro, com voz característica para Proclamação, faz a seguinte leitura (em algum lugar adequado, mas nunca da Mesa da Palavra): 

Palavras de Sua Santidade, o Papa Bento XVI, proclamando o “Ano da Fé”: “À luz de atuais e diversas realidades eclesiais e sociais decidi proclamar um Ano da Fé. Este terá início a 11 de Outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013.
O Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo.
Nesta feliz ocorrência, pretendo convidar os Irmãos Bispos de todo o mundo para que se unam ao Sucessor de Pedro, no tempo de graça espiritual que o Senhor nos oferece, a fim de comemorar o dom precioso da fé. Queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a sua adesão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver. Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo.
Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança. Será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é «a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força». Simultaneamente esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada e refletir sobre o próprio ato com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano”.

PRES: “Pela fé, no decurso dos séculos, homens e mulheres de todas as idades, confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a dar testemunho do seu ser cristão: na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos carismas e ministérios a que foram chamados. Pela fé, vivemos também nós, reconhecendo o Senhor Jesus vivo e presente na nossa vida e na história”. Por isso, iniciando este ano dedicado à renovação, ao aprofundamento e ao testemunho da fé, de forma pública e solene, queremos professá-la segundo o símbolo niceno-constantinopolitano: Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,

Enquanto a Assembleia faz a profissão de Fé, o presidente da celebração ou outra pessoa previamente escolhida acende uma vela menor na vela do altar e transfere a chama para o círio do ano da Fé.   
           
TODOS: Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado não criado, consubstancial ao Pai.                          
Por Ele todas as coisas foram feitas.                     
E, por nós, homens, e para a nossa salvação,
desceu dos céus:
e se encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria,
e se fez homem.
Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.                                                                                                                      
 Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as escrituras;
E subiu aos céus,
onde está sentado à direita do Pai.                                                                                                               
 E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos profetas.
Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.   
 Professo um só batismo
para remissão dos pecados.                       
Espero a ressurreição dos mortos;
E a vida do mundo que há de vir.                                                                                                                               Amém.

PRES: Que a luz do Fé não se apague em nossas vidas, mas aumente dia após dia no decurso deste ano e ilumine os dias obscuros de nossa existência. Seja o dom da Fé conhecido, amado, estudado, celebrado e testemunhado por toda a Igreja, agora e para sempre. Amém.

         Ao final da celebração, no momento dos avisos, aquele que preside poderá anunciar as principais atividades programadas pela comunidade paroquial para serem realizadas no decurso deste ano, como estudo do catecismo, escola da Palavra, noites de formação, vigílias, etc.