sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Como viver o "Ano da Fé" - orientações práticas



Como viver o “Ano da Fé” - sugestões práticas

Baseadas nas orientações da Congregação para a Doutrina da Fé, a Conferência Episcopal dos Bispos dos Estados Unidos apresentaram estas 10 sugestões. Algumas já são deveres dos católicos; outras podem ser vividas em qualquer ocasião, mas, especialmente, durante o Ano da Fé. 

1. Ir à Missa - O Ano da Fé pretende promover o encontro com Jesus. Isso acontece mais imediatamente na Eucaristia. Ir à missa com frequência consolida a fé pessoal através das Escrituras, do Credo, de outras orações, da música sagrada,  da homilia, recebendo a Comunhão, e fazendo parte de uma comunidade de fé. A participação da missa dominical não é uma obrigação; antes, é uma necessidade de nossa alma. Mais: é um privilégio!

2. Ir à Confissão - Tal como pela Missa, os católicos encontram força e aprofundam a fé pela participação no Sacramento da Penitência e Reconciliação. A Confissão alenta as pessoas a regressarem a Deus, a expressarem arrependimento por terem caído e a abrirem as suas vidas para o poder curativo da graça de Deus. Perdoa as faltas do passado e dá força para o futuro. 

3. Conhecer a vida dos santos - Os santos são exemplos intemporais de como se vive uma vida cristã, e dão-nos uma grande esperança. Eles foram pecadores que persistiram em estar mais perto de Deus, e além disso, apontaram caminhos por onde podemos servir a  Deus: no ensino, no trabalho missionário, na caridade, na oração, ou simplesmente procurando agradar a Deus nas ações e decisões correntes da vida diária. 

4. Ler a Bíblia diariamente - A Escritura permite um acesso em primeira mão à Palavra de Deus e conta a história da salvação humana.  Os católicos podem e devem rezar as Escrituras (pela lectio divina ou por outros métodos) para ficar mais em sintonia com o Deus da Palavra. Em qualquer caso, a Bíblia é uma necessidade para crescer no Ano da Fé. 

5. Ler os documentos do Vaticano II - O Concílio Vaticano II (1962-1965) marcou o início de uma grande renovação da Igreja. Teve impacto na forma de celebrar a Missa, no papel dos leigos,  na compreensão que a Igreja tem de si mesma e das suas relações com outros Cristãos e com não-Cristãos.  Para continuar essa renovação, os católicos precisam entender o que é que o Concílio ensinou e como é que isso beneficia a vida dos crentes. 

6. Estudar o Catecismo- Publicado exatamente 30 anos depois do começo do Concílio, o Catecismo da Igreja Católica abrange as crenças, os ensinamentos morais, a oração e os sacramentos da Igreja Católica num só volume.  É um recurso para crescer na compreensão global da fé. 

7. Ser voluntário na paróquia - O Ano da Fé não pode ser só estudo e reflexão.  A base sólida das Escrituras, do Concílio e do Catecismo deve ser traduzida para a ação. A paróquia é um bom lugar para começar, e os talentos de cada um ajudam a construir a comunidade. As pessoas serão bem vindas para tarefas de acolhimento, música litúrgica, leitores, catequistas e outros serviços na vida da paróquia. Apresente-se ao seu pároco!

8. Ajudar quem precisa - O Vaticano convida os católicos a dar ajuda material, tempo e carinho para ajudar os pobres durante o Ano da Fé.  Isto significa encontrar pessoalmente Cristo nos pobres, marginalizados e nos mais vulneráveis.  Ajudar os outros põe os católicos olhos nos olhos diante de Cristo e é exemplo para o mundo. 

9. Convidar um amigo para a Missa - O Ano da Fé pode ser global na finalidade, focando na renovação da fé e na evangelização de toda a Igreja, mas a verdadeira mudança acontece ao nível local. Um convite pessoal pode fazer a diferença para alguém que se afastou da fé ou que se sente excluído da Igreja. Todos nós conhecemos pessoas assim, por isso todos nós podemos fazer um convite amável. 

10. Viver as bem-aventuranças na vida diária - As bem-aventuranças (Mateus 5, 3-12) são um ótimo modelo para a vida cristã. A sua sabedoria pode ajudar todos a serem mais humildes, pacientes, justos, transparentes, amáveis, inclinados ao perdão e livres.  É precisamente o exemplo de fé vivida que vai atrair pessoas para a Igreja durante este ano.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

o "Sermão da Lua" de João XXIII

Comemorando os 50 anos de abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, publicamo a seguir O Sermão da Lua, do papa João XXIII
 Embora não trate sobre a Liturgia ritual de nossa Igreja, este curto texto discorre sobre a "Liturgia Existencial" de nossa vida - porisso, encontra espaço em nosso blog diocesano. É, sem dúvida, o mais famoso e comovedor discurso de todo o pontificado de Angelo Roncalli. Entrou para a história como o "Sermão da Lua": trata-se da saudação do papa João XXIII, na noite de quinta-feira, 11 de outubro de 1962, aos numerosíssimos fiéis e peregrinos que participaram da vigília organizada para a abertura do Concílio Vaticano II.
Hoje, cinquenta anos depois, transcrevemos esse discurso feito de palavras simples e sinceras, que não perderam nada da sua extraordinária autenticidade.

***

Caros filhinhos, ouço as vossas vozes. A minha é apenas uma, mas condensa a voz do mundo inteiro. Todo o mundo está aqui representado.
Parece que até a lua antecipou-se esta noite – observai-a no alto – para contemplar este espetáculo. É que encerramos uma grande jornada de paz. Sim, de paz: Glória a Deus e paz aos homens de boa vontade.
A minha pessoa não conta para nada, quem vos fala é um irmão, que se tornou pai por vontade de Nosso Senhor, mas tudo junto – paternidade e fraternidade – é graça de Deus, tudo, tudo.
Continuemos, pois, a amar-nos, a querer-nos bem, a querer-nos bem; olhando-nos mutuamente no encontro, recolhendo aquilo que nos une, deixando de lado qualquer coisa que nos possa criar dificuldade: nada. Fratres sumus .
Esta manhã aconteceu um espetáculo que nem a basílica de São Pedro, que tem quatro séculos de história, alguma vez pôde contemplar.
Honremos as impressões desta noite. Que os nossos sentimentos permaneçam sempre como agora os manifestamos diante do Céu e da terra. Fé, esperança, caridade, amor de Deus, amor de irmãos. E assim, todos juntos, mutuamente apoiados, na santa paz do Senhor, nas obras do bem.
Quando regressardes a casa, encontrareis os vossos meninos. Fazei uma carícia às vossas crianças e dizei: «esta é a carícia do Papa». Encontrareis algumas lágrimas por enxugar, fazei alguma coisa… dizei uma boa palavra: «o Papa está conosco, especialmente nas horas de tristeza e de amargura».
E assim, todos juntos, animemo-nos, cantando, suspirando, chorando, mas sempre, sempre cheios de confiança em Cristo que nos ajuda e nos escuta, para avançarmos e retomarmos o nosso caminho.

E, agora, tende a gentileza de atender à bênção que vos dou e também ao boa-noite que me permito desejar-vos.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Liturgia e Nova Evangelização

Liturgia, oração e piedade popular para a nova evangelização
Exortação de dom Salvador Piñeiro García-Calderón
VATICANO, terça-feira, 9 de outubro de 2012 (ZENIT.org) – Reproduzimos abaixo as palavras do arcebispo de Ayacucho, dom Salvador Piñeiro García-Calderón, presidente da Conferência Episcopal do Peru, durante a segunda Congregação Geral do Sínodo dos Bispos. García-Calderón é também Ordinário Militar para o Peru.

"Durante o meu serviço sacerdotal, eu sempre fui pároco. E descobri que o melhor contexto para a educação na fé é a celebração do domingo, porque nós, crentes, ouvimos Jesus e celebramos o triunfo da sua cruz, para viver o mandamento do Amor. Toda semana, aprendemos palavras e gestos do Mestre para viver em família, na vizinhança e no local de trabalho e de estudo.
No domingo, que é o dia do Senhor e da Igreja, nós temos que agradecer, no dia da Eucaristia, ao Pai bom e misericordioso que nos dá a vida, mas, acima de tudo, nos dá a fé em Cristo, a comunhão com os nossos irmãos e irmãs, especialmente com os mais necessitados, que nos esperam imersos na dor, na pobreza e na marginalização.
Este caminho semanal se insere no sistema pedagógico do ano litúrgico, que, com base no Evangelho de João (16, 28), nos faz dirigir o olhar para o Natal e para a Páscoa, preparando-os e celebrando-os na alegria da salvação. Uma preparação acurada da liturgia e dos sinais da celebração é a melhor catequese para os fiéis; por isto, a proclamação bíblica e os cantos devem nos levar a uma consciente, ativa e frutuosa participação (Sacrosanctum Concilium [SC], 11), que nos encha o espírito para a missão. O altar é o ápice e a fonte do trabalho da Igreja (SC, 10).
Devem ser intensificados, na pastoral das nossas dioceses e paróquias, os grupos litúrgicos que refletem, preparam e animam este contexto privilegiado de evangelização. Se a teologia se torna pastoral na liturgia, nós temos que cuidar da formação dos sacerdotes e dos catequistas para que eles aprofundem os conteúdos e promovam metodologias específicas para crianças e jovens.
Além das comemorações oficiais, também existe a religiosidade popular, muito forte entre os nossos povos latino-americanos. Através dela, muitos fiéis expressam a sua alegria e o desejo de prestar homenagem a Jesus Cristo, à Virgem Maria e aos santos.
Através da Evangelii Nuntiandi, o magistério do Servo de Deus Paulo VI nos revela o valor da piedade popular. Por isso, nós temos que acompanhar essa busca de Deus insistindo na catequese e nos cursos, para que estes eventos representem para a comunidade um compromisso de transformação social, que contribua para o bem-estar dos mais necessitados.
Não podemos nos esquecer da oração simples das grandes massas, que, nos santuários e durante as festas populares, expressam a sua devoção, mas, infelizmente, se sentem pouco acolhidas e pouco acompanhadas".
(Trad.ZENIT)

sábado, 6 de outubro de 2012

Indulgência para o "Ano da Fé"

SANTO PADRE CONCEDE DOM DA INDULGÊNCIA DURANTE O "ANO DA FÉ"


CIDADE DO VATICANO,sexta-feira, 5 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - O Santo Padre Bento XVI concederá a indulgência plenária aos fiéis durante o Ano da Fé, a qual é válida a partir da data de abertura (11 de outubro de 2012) até a data de encerramento (24 de novembro de 2013), conforme consta em decreto tornado público hoje, com a assinatura do cardeal Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor, e do bispo Krzysztof Nykiel, regente da Penitenciaria Apostólica. Apresentamos a notícia divulgada hoje pelo Serviço de Informação do Vaticano.
"No dia do cinquentenário da abertura solene do concílio Vaticano II”, lê-se no decreto, “o Sumo Pontífice Bento XVI estabeleceu o início de um ano especialmente dedicado à profissão da verdadeira fé e à sua correta interpretação, através da leitura, ou melhor, da meditação piedosa dos Atos do Concílio e dos artigos do Catecismo da Igreja Católica".
"Uma vez que se trata principalmente de desenvolver a santidade de vida no mais alto grau possível nesta terra, e de conquistar assim o mais alto grau de pureza da alma, será de muita valia o grande dom das indulgências, que a Igreja, em virtude do poder conferido a ela por Cristo, oferece a todos aqueles que, com as disposições necessárias, satisfazem os requisitos especiais para alcançá-las".
"Ao longo de todo o Ano da Fé, anunciado para começar em 11 de outubro de 2012 e durar até findo o dia 24 de novembro de 2013, poderão ganhar a indulgência plenária da pena temporal pelos próprios pecados, concedida pela misericórdia de Deus, aplicável em sufrágio às almas dos fiéis defuntos, todos os fiéis verdadeiramente arrependidos, devidamente confessados, em comunhão sacramental, que rezarem pelas intenções do Sumo Pontífice:

a) Sempre que participarem de pelo menos três momentos de pregação durante as Santas Missões, ou de pelo menos três palestras sobre os atos do concílio Vaticano II e sobre os artigos do Catecismo da Igreja Católica, em qualquer igreja ou local adequado;

b) Sempre que visitarem, na forma de peregrinação, qualquer basílica papal, uma catacumba cristã, uma catedral, um lugar sagrado designado pelo ordinário local para o Ano da Fé (por exemplo, entre as basílicas menores e os santuários dedicados à Santíssima Virgem Maria, aos santos apóstolos e aos santos padroeiros) e ali participarem de qualquer função sagrada ou, pelo menos, dedicarem um tempo adequado de recolhimento para orar e meditar piedosamente, terminando com a oração do pai-nosso, o credo em qualquer forma legítima, as invocações à Virgem Maria e, conforme o caso, aos santos apóstolos ou padroeiros;

c) Sempre que, nos dias determinados pelo ordinário local para o Ano da Fé (por exemplo, nas solenidades do Senhor, da Santíssima Virgem Maria, nas festas dos santos apóstolos e padroeiros, na Cátedra de São Pedro), assistirem, em qualquer lugar sagrado, a uma celebração solene da eucaristia ou à liturgia das horas, acrescentando a profissão de fé em qualquer forma legítima;

d) um dia, livremente escolhido, durante o Ano da Fé, para a visita piedosa do batistério ou de outro local em que tenham recebido o sacramento do Batismo, desde que renovem as suas promessas batismais em qualquer fórmula legítima.

Os bispos diocesanos, no dia mais apropriado deste tempo, em ocasião da celebração principal (por exemplo, 24 de novembro de 2013, Solenidade de Cristo Rei, com a qual será encerrado o Ano da Fé), poderão conceder a bênção papal com a indulgência plenária, que pode ser obtida por todos os fiéis que devotamente a receberem.
O decreto termina recordando que todos os fiéis que, "devido a razões de doença ou por causa de graves motivos", não puderem sair de casa, poderão ganhar a indulgência plenária "se, unidos em espírito e em pensamento com os fiéis presentes, particularmente nos momentos em que as palavras do Sumo Pontífice ou dos bispos diocesanos forem transmitidas pela televisão ou pelo rádio, recitarem o pai-nosso em sua casa ou no local onde se acharem devido aos motivos de força maior que ali os retêm, bem como ainda recitarem a profissão de fé em qualquer forma legítima e as outras orações conformes com os objetivos do Ano da Fé, fazendo oferecimento dos seus sofrimentos e das dificuldades da própria vida.