O Ato Penitencial da Celebração Eucarística
O tema que
abordaremos neste mês diz respeito ao Ato penitencial da Missa a partir de seu
aspecto litúrgico. Para tanto, transcrevemos o texto da Instrução geral sobre o missal romano que discorre sobre “estrutura,
elementos e partes da missa”, especificamente sobre o “Ato Penitencial”.
Interessantíssimo perceber que a estrutura deste texto assim se apresenta:
III.
As partes da Missa
A)
Ritos iniciais
nº 29 – Ato penitencial
nº 30 – Senhor, tende piedade
Ou seja, a
estrutura deste rito é dupla: o ato penitencial em si num primeiro momento e o
“Senhor tende piedade” num segundo momento, a menos que o “Senhor tende
piedade” já tenha sido rezado no próprio ato penitencial, como afirmará o texto
da Instrução nº 30. Feita esta introdução, passemos agora para o próprio texto
normativo da Introdução do Missal:
Ato penitencial
29.
Após a saudação do povo, o sacerdote ou outro ministro
idôneo poderá, com breves palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia. Em
seguida o sacerdote convida ao ato penitencial, realizado então por toda a
comunidade por uma confissão geral, sendo concluído com a absolvição dada pelo
sacerdote.
Senhor tende piedade
30.
Depois do ato
penitencial inicia-se o “Senhor tende piedade”, a não ser que já tenha sido
rezado no próprio ato penitencial. Tratando-se de um canto em que os fiéis
aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é normalmente executado por
todos, participando dele o povo e o grupo de cantores ou o cantor.
Via de regra,
cada aclamação é repetida duas vezes, não se excluindo porem, por causa da
índole das diversas línguas ou da música e das circunstâncias, um numero maior
de repetições ou a intercalação de algum tropo. Se o “Senhor, tende piedade”
não for cantado, seja recitado.
Primeira
grande consequência do estudo destes dois números da Instrução Geral: o ato
penitencial não precisa necessária, muito menos obrigatoriamente se identificar
com o “Senhor tende piedade”. É muito conveniente, por exemplo, utilizar-se de
outras possibilidades celebrativas no momento do ato penitencial sem se prender
à exigência da aclamação “Senhor, tende piedade de nós” – que poderá ser rezada
ou cantada pela assembleia após a absolvição dada por aquele que preside.
Quais seriam,
portanto, as possibilidades deste momento celebrativo? Inúmeras. Citaremos
algumas. Partindo das sugestões oficiais contidas no Missal Romano (as 3
primeiras), apresentaremos ainda algumas outras propostas celebrativas:
·
A fórmula conhecida pelas suas primeiras
palavras: “Confessemos os nossos pecados...” seguida da absolvição e do “Senhor
tende piedade”;
·
O diálogo entre o sacerdote que preside e a
comunidade:
Pres: Tende
compaixão de nós, Senhor.
Todos:
Porque somos pecadores.
Pres:
Manifestai, Senhor, a vossa misericórdia.
Todos: E
dai-nos a vossa salvação.
Seguida da
absolvição e do “Senhor, tende piedade”.
(há uma versão cantada deste diálogo, o que
facilitaria a sua execução. Em todo caso, tanta a primeira quanto a segunda
sugestão poderão ser projetadas pelo data-show da comunidade, bastando apenas
que a equipe de celebração se organize com o padre que preside a missa);
·
O Rito da benção e aspersão com água. Este rito
é próprio para as celebrações dominicais e encontra-se no apêndice do missal
romano, pág. 1001. O rito prescreve ainda como possibilidade a mistura do sal
na água. Em ambos os casos preveja-se um canto específico referente à aspersão;
·
No momento da monição inicial do rito
penitencial, quando o sacerdote convida os fiéis à penitencia, o mesmo poderá
propor um significativo tempo de silêncio e recolhimento como exame de
consciência. A postura corporal poderá
ajudar, sobretudo nos tempos penitenciais da Igreja, ficando todos de joelhos e
voltados para o crucificado. Conclui-se este rito com o canto do “Senhor, tende
piedade”;
·
Entoar cantos penitenciais que não apresentem o
“Senhor tende piedade”, mas que se harmonizem bem com a celebração. Exemplo: o
canto “Ó Pai dai-me um puro coração e renova teu Espírito em mim” poderia ser
uma proposta para a festa de Pentecostes ou celebração da Crisma por ser um
canto curto e eminentemente bíblico, fazendo menção ao Espírito e à conversão.
Após o canto e a absolvição dada pelo presidente, o coro pode cantar o “Senhor
tende piedade” ou o próprio padre poderá recitá-lo junto com a assembleia,
antes do Hino de louvor.
Quais deverão
ser as características melódicas do canto “Senhor tende piedade”? Sobre isso
iremos discorrer no próximo mês.
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