Revmos Padres
e Diáconos
Prezados
responsáveis pela Liturgia do Senhor em nossas Paróquias e Comunidades
Graça e Paz!
Com a
proximidade das solenidades Natalinas de 2014 convém recordar algumas
orientações litúrgico-pastorais, bem como apresentar propostas para as
celebrações próprias deste tempo de graça a todos os homens de boa vontade que
se aproximam do Salvador feito homem por meio das celebrações litúrgicas a
serem vivenciadas em nossa Diocese de Taubaté.
As propostas e
orientações foram extraídas dos seguintes documentos:
Missal Romano;
Diretório sobre Piedade Popular e Liturgia
– princípios e orientações (emanado pela Congregação para o Culto Divino e
Disciplina dos Sacramentos);
Manual das Indulgências – normas e
concessões (emanado pela Penitenciaria Apostólica);
Diretório da Liturgia e da Organização da
Igreja no Brasil – 2014 (emanado pela CNBB).
Em anexo
seguem alguns textos a serem usados nas diversas celebrações do Tempo do Natal,
conforme forem julgados convenientes pelos senhores párocos e respectivas
comissões litúrgicas paroquiais.
A Solenidade
do Natal é composta de 3 missas, a saber:
·
Missa da
Noite: própria para a noite de 24 de dezembro;
·
Missa da
Aurora: própria para o amanhecer do dia 25 de dezembro
Ao nascer de
um novo dia a Igreja saúda o “Sol Nascente que nos veio visitar” – Cristo
Jesus;
·
Missa do
Dia: própria para as demais missas celebradas no decorrer do dia 25.
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MISSA DA NOITE DO NATAL
Na missa da noite de 24 de
dezembro com seu grande significado litúrgico e forte influência popular,
poderão ser valorizados:
No início da missa, o canto do
anúncio do nascimento do Salvador, na fórmula do Martirológio Romano (cf. Anexo
01) que se
constitui, portanto, em um canto natalino de tradição litúrgica
antiqüíssima, perfeita opção para se colocar em prática atualmente em nossas
celebrações natalinas. Anteriormente, nas celebrações presididas pelo Papa
João Paulo II, Tal proclamação era cantada no início da Missa, logo após a
saudação inicial, omitindo o ato penitencial. Atualmente, nas Missas de Natal
celebradas até o ano de 2012 por Bento XVI, tem-se entoado momentos antes da
Celebração, o que também é oportuno, como ressalta Mons. Guido Marini, Mestres
das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice. Consequentemente é
recomendável que se faça tal proclamação, seja ela cantada ou recitada, antes
da Santa Missa, aos moldes de uma monição (ou comentário inicial da missa). Todo
o espaço celebrativo já esteja preparado para a Celebração (até mesmo as velas
do altar já devem estar acesas). Propõe-se a Igreja à “meia luz”,
proporcionando um ambiente oportuno para a apreciação deste belo texto
litúrgico que nos recorda a vinda da “Luz do Mundo”, sendo que após ser cantado
ou recitado, as luzes da igreja se acendem aos poucos acompanhadas do canto de
abertura da celebração com a procissão de entrada já com a imagem do menino
Jesus (ressaltamos que o Hino de Louvor
constitui num rito em si mesmo, não sendo conveniente proceder à entrada da
imagem do Menino Jesus neste momento para não se sobrepor ao seu canto que será
mais eloqüente diante da imagem já exposta).
Significativo também será o
momento da Profissão de Fé, proclamada segundo o Símbolo Niceno-Constantinopolitano.
Nas palavras E se
encanou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria e se fez homem
faz-se uma pausa e todos se ajoelham em contemplação diante do mistério do
nascimento do Salvador, sobretudo em face ao “Ano da Fé” que estamos por celebrar.
A oração dos fiéis deverá assumir
um caráter verdadeiramente universal, e na apresentação dos dons na procissão
das oferendas haverá sempre uma recordação concreta dos pobres (em nossas
comunidades tem-se popularizado o “Chá de Bebê de Maria” com presentes para
recém-nascidos. Tais presentes podem ser levados nesse momento em procissão até
a imagem do menino, próxima ao altar).
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FESTA DA SAGRADA
FAMÍLIA
A recordação de José, de Maria e
do menino Jesus encorajará o acolhimento da proposta pastoral para que, neste
dia, toda a família reunida participe da celebração da Eucaristia. Também serão
significativas nesta festividade a renovação da entrega da família ao
patrocínio da Sagrada Família de Nazaré, a benção dos filhos, prevista no
Ritual de Bênçãos (p. 174-194) e, onde houver oportunidade, a renovação dos
compromissos assumidos pelos esposos – agora pais, no dia do casamento.
Oportuno recordar a presença da
família nos vários momentos da celebração. Contudo, evite-se a prática de
casais como leitores de uma mesma leitura, perdendo assim a unidade do texto em
sua proclamação.
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31 DE DEZEMBRO
Na maioria dos países do
Ocidente, neste dia, celebra-se o encerramento do ano civil. O acontecimento
leva os fiéis a refletirem sobre o “mistério do tempo”, que corre veloz e
inexorável. Isso provoca no seu espírito duplo sentimento: de arrependimento e
de pesar pelas culpas e ocasiões de graça perdidas ao longo do ano que chega ao
fim; e de gratidão pelos benefícios recebidos do Senhor.
Esta dupla atitude deu origem ao
costume de entoar festivamente o hino do Te
Deum em ação de graças a Deus pelo ano que se finda. Em sua rica Liturgia, dispõe a Santa Igreja de hinos
próprios para cada ocasião. O Te Deum,
cântico de ação de graças por excelência, pelo qual a Mãe Igreja exprime seu
louvor e gratidão ao "Deus de imensa majestade", segundo
o Manual das Indulgências emanado pela Penitenciaria Apostólica em 1968 e
reeditado com a aprovação do Beato João Paulo II em 1986, é enriquecido de indulgência parcial ao fiel
que recitá-lo, sendo plenária quando recitado em público no último dia do ano. Para que não seja apenas uma recitação simples, pode ser
realizado durante a Exposição do Santíssimo Sacramento ao fim da celebração
litúrgica.
No anexo nº 02 segue a tradução oficial do hino.
No site YouTube há uma versão cantada pelo Pe. João Carlos segundo a
tradução oficial: Eis o título a se procurar no site: Pe. João Carlos - Te Deum - DVD Consagração
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1º DE JANEIRO
A data de 1º de Janeiro,
encerrando a oitava de Natal com a solenidade da Maternidade Divina de Maria
abre um espaço particularmente adequado para um encontro da piedade litúrgica
com a piedade popular. No Ocidente, este é um dia de se desejar boas-festas: o
começo do ano civil. Os fiéis também ficam envolvidos neste clima festivo de
ano-novo, aprendendo a sempre dar a este costume um sentido cristão e fazer
dele quase uma expressão de piedade. De fato, os fiéis sabem que o “ano-novo”
deve ser posto sob o senhorio de Cristo a quem pertencem os dias e os séculos
eternos (Ap 1,8;22,13).
A esta consciência se liga o
costume muito difundido de cantar, no dia primeiro de janeiro o hino Veni
Creator Spiritus, para que o Espírito do Senhor dirija os pensamentos e
as ações de cada um dos fiéis e das comunidades cristãs no decorrer do ano.
Também a esta prática de piedade
litúrgica concede-se Indulgência parcial ao fiel que o recitar devotamente em
todo o ano. A indulgência será plenária
no dia primeiro de janeiro e na solenidade de Pentecostes, se o hino se recitar publicamente.
Propomos dessa maneira que as comunidades encerrem a celebração eucarística
deste dia com uma devida monição feita por parte do animador da celebração,
seja pelo padre que preside ou por algum outro ministro idôneo, seguida do
canto de súplica pela vinda do Espírito Santo antes da benção final.
Segue a tradução oficial no anexo
03.
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EPIFANIA DO SENHOR
Em torno da solenidade da Epifania, de antiqüíssima origem e de
conteúdo riquíssimo, surgiram e se desenvolveram muitas tradições e genuínas
expressões de piedade popular. Entre elas, podemos recordar:
O solene anúncio do dia da
Páscoa e das principais festas do ano tem se restabelecido em diversos lugares.
De fato, tal anúncio ajuda os fiéis a descobrirem a ligação entre a Epifania e
a Páscoa, e a orientação de todas as festas rumo à máxima solenidade cristã. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – em
consonância com toda a Igreja – disponibiliza o belo texto (anexo 04), onde,
sob forma de oração, anuncia as solenidades móveis que serão celebradas durante
o ano de 2015. Nada mais próprio, então, que no ano – civil, mas também
litúrgico – que se inicia unirmos nossa reflexão a de toda Igreja, pedindo
desde já a graça de celebrarmos a vida através da Vida do Senhor. Poderá ser
proclamado pelo presidente da celebração ou outro ministro idôneo, da Mesa da
Palavra, após a proclamação do Evangelho ou ao final da celebração.
Se
neste dia fazemos memória da manifestação do Salvador a todos os povos que o
buscam para ofertar-lhe presentes na figura dos Magos do Oriente, seria
oportuno encerrar a celebração com o beijamento da imagem do menino Jesus, já
aludindo ao mistério pascal e ao belo costume popular do beijamento da imagem
do Senhor morto na sexta-feira da paixão.
Por
fim, um costume não comum a todas as comunidades de nossa Diocese, mas presente
na Tradição da Igreja, é a “benção do Giz”. Na verdade, segundo o “Diretório
sobre Piedade Popular e Liturgia”, da Congregação para o Culto Divino e
Disciplina dos Sacramentos, trata-se mais precisamente da “Benção das Casas”,
em cujas portas são desenhadas a Cruz do Senhor, a data do ano que apenas
começou, as letras iniciais dos tradicionais
nomes dos santos magos (G + M + B), explicadas também, em algumas línguas, como
abreviação de Christus mansionem
benedicat[1],
escritas com giz bento. Tais gestos expressam a invocação da benção de Cristo
por intercessão dos Reis Magos. Todavia, convém afastar da comunidade qualquer
impressão de mágica ou superstição. A simples inscrição de tais fórmulas na
porta da casa não significa uma “benção automática”, pois o que abençoa a casa
é a Graça de Cristo e a abertura da família a ação de Deus em suas vidas. Por
isso recomenda-se ao final da celebração da missa da Epifania proceder à benção
do Giz que poderá ser preparado em embalagens individuais para cada família e
junto a ele entregar um pequeno roteiro de oração que poderá ser feito pela
família ao chegar em sua casa (em anexo apresentamos uma proposta de celebração
familiar para a benção da casa no início do ano). Pode-se inclusive, com este
gesto, celebrar a conclusão do tempo natalino dentro da casa desmontando o
presépio da família.
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Desejamos aos Senhores Párocos e
Vigários Paroquiais, Diáconos, Religiosos e Religiosas, Seminaristas, Equipes
de Liturgia e a todos quanto interessados e envolvidos nas celebrações
litúrgicas em nossas comunidades pela Diocese de Taubaté, que tais orientações e sugestões possam
enriquecer o nosso encontro e de nossas comunidades com o Esperado Verbo Divino
que se faz homem para ser Deus-conosco!
Troquemos nossos dons com o céu,
para participarmos da divindade
Daquele que quis se unir à nossa
humanidade.
Santo Natal a todos! Feliz e
Abençoado ano de 2015!
Pela Comissão Diocesana de
Liturgia
Padre Roger Matheus dos Santos
[1] O
povo cristão costumou chamar os Magos respectivamente de “Gaspar”, “Belchior” e
“Baltazar” (embora não haja nenhuma referencia aos seus nomes nos Evangelhos
canônicos). Como em algumas línguas, como o italiano, a palavra “Gaspar”
corresponde a “Caspare”, o “c” inicial desta palavra passou como abreviação de Christus
mansionem benedicat, ou seja, “Cristo
abençoe a casa”.