Ficar em pé
durante o canto de aclamação ao Evangelho
"Todos se levantam, exceto o Bispo"
"Todos se levantam, exceto o Bispo"
Texto do Cerimonial dos Bispos (nºs
137-140):
“Terminada a
oração da coleta, o leitor vai ao ambão; e, estando todos sentados, recita a
primeira leitura. No fim da leitura, canta-se ou diz-se Palavra do Senhor, e todos respondem com a aclamação.
Em seguida, o
leitor desce. Todos, em silêncio, meditam brevemente no que ouviram. Depois o
salmista ou cantor, ou o próprio leitor, canta ou recita o salmo numa das
formas previstas.
Outro leitor
profere no ambão a segunda leitura, como acima descrito, e todos escutam
sentados.
Segue-se o aleluia ou outro canto, caso seja
quaresma. Começando o aleluia, todos
se levantam, exceto o Bispo. O turiferário aproxima-se e, enquanto um dos
diáconos apresenta a naveta, o Bispo deita e benze o incenso sem nada dizer.
O diácono que
houver de proclamar o Evangelho, inclina-se profundamente diante do Bispo e
pede a benção em voz baixa, dizendo: dai-me
a tua benção; o bispo abençoa-o dizendo: O Senhor esteja em teu coração... o diácono benze-se e responde: amém.
O Bispo depõe
a mitra e levanta-se”.
Conclusões celebrativas
O que se
conclui do texto citado? “Começando o canto do aleluia, todos se levantam, exceto o Bispo”. Quando se afirma que
somente o Bispo permanece sentado, isso se faz por um motivo prático: ele irá
depor a mitra somente após os ritos de imposição e benção do incenso e benção
ao diácono que irá proclamar o Evangelho. Logo, a posição sentada é mais
prática.
O texto também
afirma: “todos se levantam”. Não se faz especificações, como, por exemplo, “A
assembleia se levanta e os ministros ordenados somente se levantam com o
Bispo”. Assim sendo, enquanto o Bispo permanece sentado para a realização dos
ritos que dependem dele (imposição e benção do incenso; benção ao diácono e
deposição da mitra), “todos se levantam” – inclusive os concelebrantes.
Qual a
importância de permanecer em pé desde o início do canto do aleluia? A Introdução do Lecionário nos esclarece (nº 23): “Também
o aleluia ou, durante o tempo da
quaresma, outro canto de aclamação antes do Evangelho, tem, por si mesmos, o
valor de rito ou de ato, mediante o qual a assembleia dos fiéis recebe e
saúda o Senhor que vai falar e professa a sua fé cantando. O aleluia e as outras aclamações antes do
Evangelho devem ser cantados, estando todos de pé”.
Estando de pé,
os participantes da celebração litúrgica (ministros e fiéis) expressam a
alegria por acolherem o Senhor que vai falar. Expressam igualmente a disposição
em viverem prontamente a Palavra da Vida e a posição dos “Homens Novos”,
ressuscitados em Cristo Jesus que, vivo, falará ao seu povo.
E nas
missas presididas por padres?
O presidente
permanece sentado ou coloca-se em pé junto com a assembleia?
As introduções
dos livros litúrgicos não se pronunciam quanto a este rito nas celebrações
presididas pelos padres. Desse modo, pode-se, por analogia, reproduzir na missa
com o padre, o rito executado pelo Bispo e descrito no Cerimonial dos Bispos:
caso haja incenso a ser colocado no turíbulo, o mesmo poderia permanecer
sentado. Todavia, creio eu que não seja o caso, pois entendo que o Bispo
permanece sentado não tanto para a execução destes ritos, mas sim porque após
os mesmos (que também poderiam ser executados em pé) ele deverá depor a mitra –
o que fará mais comodamente estando sentado. Como o padre não usa mitra, não
haveria motivo para permanecer sentado durante o aleluia. Contudo, mesmo que as rubricas litúrgicas afirmassem
claramente que os presbíteros poderiam permanecer sentados para colocar incenso
no turíbulo e abençoar o diácono que irá proclamar o Evangelho, creio que o
sentido de permanecer em pé durante o canto do aleluia seja muito mais evocativo para uma espiritualidade em que
transpareça a grandeza do Senhor e nosso serviço humilde e sincero para que Ele
seja aclamado tanto pela assembleia quanto por nós, ministros ordenados.